quinta-feira, 31 de março de 2011

aos quatro atos .



I

Quer saber de uma coisa pra mim não importa quem você seja mesmo, rico ou pobre, feio ou bonito, alto ou baixo, magro ou gordo, um homem qualquer ou um maníaco. Eu só sei que eu me apaixonei pela pessoa que eu sempre tive contato. (fulano  ou não) mais ai me pergunto qual sera mesmo teu nome? Ou será que nem isso é? Bom pra falar verdade teu nome é o que menos me importa. Depois que li aquilo que me mandaste eu fiquei em estado de choque. Foi como a dor de perder alguém que morreu, e ainda pior. Porque pelo menos quem morre você tem que ter a convicção que morreu, mas não morreu por que quis, foi algo sem escolha, sem premeditações, então a solução é conformar-se que nunca mais irá vê-la novamente, mas já o que aconteceu com você, já o que você disse foi completamente diferente. Porque eu sei que você permanece vivo, e o que realmente quer é matar-me dentro de você. Posso ter sido demasiadamente tola, e mesmo você tentando ter fincado uma faca em meu peito eu ainda dedico essas linhas a sua digníssima pessoa.  Eu realmente não sei se acredito em tudo que você me falou. – que você não é o homem que sempre se mostrou ser.  Mais a algo que gostaria muito de saber, entender; será que tudo que me dizias era verídico?   todos aqueles sentimentos demonstrados foram da boca pra fora? Será que teve algo de verdade alem de todas as demasiadas mentiras nisso tudo? 

II
“Adeus”. Quando eu li essa palavra senti milhões de facas sendo enfiadas por todos os anglos em meu peito, naquele momento mais do que nunca eu percebi que eu o amava como nunca amei outro alguém, mas ao mesmo tempo me veio uma angustia tremenda e no entanto uma duvida maior: e quem eu amo mesmo? Quem eu deveria amar? Quem eu estava amando?   A sua ilustríssima pessoa não imagina o quanto me fez sofrer do momento de seu “adeus” ate esse instante que estou a cá. Será que não teria sido melhor se tivesse dado um basta a parti do momento que tu percebestes que teu afeto crescera por mim ? ou porque não disse que: não amava-me e que tudo isso não passara de um verdadeiro engano?  Pronto, eu iria descansar-me e jamais chegaria ao ponto que chegou.  Seja lá quem tu foi, quem tu era, quem tu és, só me remete a mente duas alternativas condizentes para isso tudo o que aconteceu, tudo que foi dito e sentido:
- ou você de fato deixou se levar por um sentimento verdadeiro, por mim e viu que mantê-lo seria um tanto quanto impossível  devida aos demasiados obstáculos.
- ou seja a outra opção que cogitei, tu és um perfeito maníaco, obcecado, dissimulado, e desafetado que não possui a capacidade de exprimir e elevar um sequer sentimento que seja por outro alguém.

III
O que mais me intriga é que durante tamanho tempo de convivência que tive ao teu lado eu, lacrimejei, esbanjei, tive iras e alegrias; sentia grandes apertos em meu peito a cada vez que imaginava que poderia um dia não estar mais ao teu lado, de fato sempre já fomos tão longe um do outro, era tão precioso e pouco o tempo que eu podia estar desfrutando junto a ti. Mas isso já bastava.  Eu sofri com minhas dores e inúmeras vezes fiz de suas dores as minhas também. (hoje me pergunto se o fato do falecimento de seu pai foi verdade, ou se não se passava de uma estúpida mentira como todas as tantas outras ditas). Hoje me pergunto que espécie de homem tu és, de personalidade tão insana que usou e abusou dos sentimentos alheios sem ter uma dose sequer de piedade. Qual a parte dos meus “eu o amo” tu jamais entendeu? Eu não costumava trair meus sentimentos, fui sempre cautelosa com minhas atitudes, e nenhuma das minhas demonstrações de amor para contigo foi em vão. O que mais me enlouquece e que com tudo isso ainda sinto um demasiado sentimento pela sua ilustríssima pessoa; e de vez enquanto temo em pensar que esse sentimento possa demorar sair do meu peito(se é que ele sairá).  Mesmo que tu não sejas o homem que realmente se fez ser; mas quem tu me fizestes  sentir durante tamanho esse tempo jamais  sairá do meu lado esquerdo leste.  Sinto tanto pelo fato de que estar vendo que o que mais eu temia aconteceu. Simplesmente aconteceu. lembra dos inúmeros livros, historinha, contos, musicas que fiz a você? Pois é, sempre que eu as escrevia, e ousava na melodia eu relatava um futuro desapego; mas eu nunca imaginei que isso viera a se decorrer. Queria pedir-lhe uma coisa, se por um acaso meu desabafo, e essas minhas palavras chegarem aos seus olhos, ou ouvidos, lhe faço a suplica de que esqueça de quem tu foi, esqueça de quem eu me fiz a ti; e lembre-se apenas do que sentimos ser. Ninguém(ninguém de fato) sabe a dolorosa dor que senti com tua perda, não sabem das fronhas molhadas que desgastei, dos cacos jogados que você deixou, das tintas usadas, dos dedos calados. Só perceberam que algo de muito desamor haverá de ter acontecido comigo. Talvez o que me faz mais desgastada é a inútil sensação de minha pessoa não sentir a necessidade desabafar com ninguém o que sinto de demasiada dor. Talvez uma pessoa desconfie do que seja, pois ela sempre estava a par da minha felicidade, o que torna mais irônico é que ela sempre aconselhava-me a não apegar-me tal pessoa, e de tal forma como eu de tola fiz. Mas eu tenho que justificar que não foi por minha extrema vontade ter plantado esse sentimento no meu lado leste.

IV
Asseguro-lhe que não.  Aconteceu sem nenhuma pretensão, de forma natural, assim como o desaguar de rios em mares. Em nenhum instante me senti atraída por suas afeições, e aparências. Desde todo o principio atrai-me por tudo que me fizeste ser ao teu lado. Acho que se fosse outro caso eu nunca teria ido bater em sua vista por uma obvia coincidência. Quando vi teu olhar diante toda aquela multidão senti atraída e fitada numa força surrealmente não calculada. E em muito menos de dois atos eu quis infiltrar-me a ti. Pois bem, a respeito dessa demasiada controversa carocha de que tu dissestes nunca ter sido sua ilustríssima pessoa. Pra mim é mentira, tudo mentira. De fato alguns aspectos não era você; mas sinceramente nada disso pouco me importa. Hoje sei que tu és e mesmo assim continuo amando-o. vi varias mulheres entrarem e sair da tua vida, ouvi demasiadas vezes você dizer que não tinha a real certeza de seus sentimentos comigo. Talvez eu pequei em não ter pedido licença para entra em teu coração, mas sempre me contentei com teu suave timbre. Com tua maravilhosa fragrância. Pedir-lhe-ei outra coisa. – não esqueça de minhas afeições, de meus poucos semblantes que transmiti a ti. Grave, sele, em tua mente. Eu sinceramente não sei como tenho tamanha força para descrever tudo isso, parece que desabafo comigo mesmo, e ao mesmo tempo que me alivio aumenta mais ainda a angustia. Tremenda sensação estranha. Te deixo as claras que nada de mim a ti foi em vão, e se eu pudesse voltar ao passado faria tudo da mesma demasiada forma, só para voltar a ter a sensação de sentir tudo isso com sua ilustríssima pessoa. Eu daria um punhado de coisas em troca de uns poucos instantes de dialogo ao teu lado. Devo confessar que apesar de tamanha a sua indelicadeza eu aprendi boas coisas ao teu lado. Ser paciente, flexível, e melódica. Aprende a amar-te apesar de todos os obstáculos, aprendi que por mais que exista outra pessoas sempre apontava-me a você. Sei que amei, amo. Antes de seu adeus você disse: “seja feliz”. E como serei feliz se hoje vejo que você era grande parte de minha felicidade? Se boa parte de minha felicidade virou as costas a mim, como seguirei em frente? Sinto que não dá(não dá). Eu gostaria que pelo menos voltasse no para dar um digno “adeus”, eu gostaria de ter visto ele face a face; tamanha covardia essa a tua não acha? Deveria ter sido homem honesto e franco uma vez pelo menos em sua vida. Talvez se eu fosse um desses deuses com extremos poderes eu me transportaria ai junto a ti para eu mesma dá um “adeus” a sua ilustríssima pessoa. Sacrifique tantas coisas para viver contigo. Fiz tantos devaneios por ti. E mais uma vez digo: fui, e sou tola por me dedicar tanto ainda aqui. Nada me importa. Eu admirava cada um de seus defeitos, e repugnava suas qualidades. Quero chegar ao fim dessa carocha toda aqui, mesmo sabendo que não tem fim. Espero que a luz esteja no teu caminho; as vezes tenho a sensação de que tu esta a voltar para me explicar toda essa estranha situação que prendemos. Acho inútil aquela frase “não viverei sem você” portanto.. não queria você de fato aqui, nem  seus beijos, apenas seu abraço; um daqueles abraços dignos de “adeus”. 


(Ilana Odorico)


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