I
Quer saber
de uma coisa pra mim não importa quem você seja mesmo, rico ou pobre, feio ou
bonito, alto ou baixo, magro ou gordo, um homem qualquer ou um maníaco. Eu só
sei que eu me apaixonei pela pessoa que eu sempre tive contato. (fulano ou não) mais ai me pergunto qual sera mesmo teu
nome? Ou será que nem isso é? Bom pra falar verdade teu nome é o que menos me
importa. Depois que li aquilo que me mandaste eu fiquei em estado de choque. Foi
como a dor de perder alguém que morreu, e ainda pior. Porque pelo menos quem
morre você tem que ter a convicção que morreu, mas não morreu por que quis, foi
algo sem escolha, sem premeditações, então a solução é conformar-se que nunca
mais irá vê-la novamente, mas já o que aconteceu com você, já o que você disse
foi completamente diferente. Porque eu sei que você permanece vivo, e o que
realmente quer é matar-me dentro de você. Posso ter sido demasiadamente tola, e
mesmo você tentando ter fincado uma faca em meu peito eu ainda dedico essas
linhas a sua digníssima pessoa. Eu
realmente não sei se acredito em tudo que você me falou. – que você não é o
homem que sempre se mostrou ser. Mais a
algo que gostaria muito de saber, entender; será que tudo que me dizias era
verídico? todos aqueles sentimentos demonstrados foram da
boca pra fora? Será que teve algo de verdade alem de todas as demasiadas
mentiras nisso tudo?
II
“Adeus”.
Quando eu li essa palavra senti milhões de facas sendo enfiadas por todos os
anglos em meu peito, naquele momento mais do que nunca eu percebi que eu o
amava como nunca amei outro alguém, mas ao mesmo tempo me veio uma angustia tremenda
e no entanto uma duvida maior: e quem eu amo mesmo? Quem eu deveria amar? Quem
eu estava amando? A sua ilustríssima pessoa não imagina o quanto
me fez sofrer do momento de seu “adeus” ate esse instante que estou a cá. Será
que não teria sido melhor se tivesse dado um basta a parti do momento que tu
percebestes que teu afeto crescera por mim ? ou porque não disse que: não
amava-me e que tudo isso não passara de um verdadeiro engano? Pronto, eu iria descansar-me e jamais
chegaria ao ponto que chegou. Seja lá
quem tu foi, quem tu era, quem tu és, só me remete a mente duas alternativas
condizentes para isso tudo o que aconteceu, tudo que foi dito e sentido:
- ou você de
fato deixou se levar por um sentimento verdadeiro, por mim e viu que mantê-lo
seria um tanto quanto impossível devida
aos demasiados obstáculos.
- ou seja a
outra opção que cogitei, tu és um perfeito maníaco, obcecado, dissimulado, e
desafetado que não possui a capacidade de exprimir e elevar um sequer
sentimento que seja por outro alguém.
III
O que mais
me intriga é que durante tamanho tempo de convivência que tive ao teu lado eu,
lacrimejei, esbanjei, tive iras e alegrias; sentia grandes apertos em meu peito
a cada vez que imaginava que poderia um dia não estar mais ao teu lado, de fato
sempre já fomos tão longe um do outro, era tão precioso e pouco o tempo que eu
podia estar desfrutando junto a ti. Mas isso já bastava. Eu sofri com minhas dores e inúmeras vezes fiz
de suas dores as minhas também. (hoje me pergunto se o fato do falecimento de
seu pai foi verdade, ou se não se passava de uma estúpida mentira como todas as
tantas outras ditas). Hoje me pergunto que espécie de homem tu és, de
personalidade tão insana que usou e abusou dos sentimentos alheios sem ter uma
dose sequer de piedade. Qual a parte dos meus “eu o amo” tu jamais entendeu? Eu
não costumava trair meus sentimentos, fui sempre cautelosa com minhas atitudes,
e nenhuma das minhas demonstrações de amor para contigo foi em vão. O que mais
me enlouquece e que com tudo isso ainda sinto um demasiado sentimento pela sua
ilustríssima pessoa; e de vez enquanto temo em pensar que esse sentimento possa
demorar sair do meu peito(se é que ele sairá). Mesmo que tu não sejas o homem que realmente se
fez ser; mas quem tu me fizestes sentir
durante tamanho esse tempo jamais sairá
do meu lado esquerdo leste. Sinto tanto
pelo fato de que estar vendo que o que mais eu temia aconteceu. Simplesmente
aconteceu. lembra dos inúmeros livros, historinha, contos, musicas que fiz a
você? Pois é, sempre que eu as escrevia, e ousava na melodia eu relatava um
futuro desapego; mas eu nunca imaginei que isso viera a se decorrer. Queria
pedir-lhe uma coisa, se por um acaso meu desabafo, e essas minhas palavras
chegarem aos seus olhos, ou ouvidos, lhe faço a suplica de que esqueça de quem
tu foi, esqueça de quem eu me fiz a ti; e lembre-se apenas do que sentimos ser.
Ninguém(ninguém de fato) sabe a dolorosa dor que senti com tua perda, não sabem
das fronhas molhadas que desgastei, dos cacos jogados que você deixou, das
tintas usadas, dos dedos calados. Só perceberam que algo de muito desamor
haverá de ter acontecido comigo. Talvez o que me faz mais desgastada é a inútil
sensação de minha pessoa não sentir a necessidade desabafar com ninguém o que
sinto de demasiada dor. Talvez uma pessoa desconfie do que seja, pois ela
sempre estava a par da minha felicidade, o que torna mais irônico é que ela
sempre aconselhava-me a não apegar-me tal pessoa, e de tal forma como eu de
tola fiz. Mas eu tenho que justificar que não foi por minha extrema vontade ter
plantado esse sentimento no meu lado leste.
IV
Asseguro-lhe
que não. Aconteceu sem nenhuma
pretensão, de forma natural, assim como o desaguar de rios em mares. Em nenhum
instante me senti atraída por suas afeições, e aparências. Desde todo o
principio atrai-me por tudo que me fizeste ser ao teu lado. Acho que se fosse
outro caso eu nunca teria ido bater em sua vista por uma obvia coincidência.
Quando vi teu olhar diante toda aquela multidão senti atraída e fitada numa
força surrealmente não calculada. E em muito menos de dois atos eu quis
infiltrar-me a ti. Pois bem, a respeito dessa demasiada controversa carocha de
que tu dissestes nunca ter sido sua ilustríssima pessoa. Pra mim é mentira,
tudo mentira. De fato alguns aspectos não era você; mas sinceramente nada disso
pouco me importa. Hoje sei que tu és e mesmo assim continuo amando-o. vi varias
mulheres entrarem e sair da tua vida, ouvi demasiadas vezes você dizer que não
tinha a real certeza de seus sentimentos comigo. Talvez eu pequei em não ter
pedido licença para entra em teu coração, mas sempre me contentei com teu suave
timbre. Com tua maravilhosa fragrância. Pedir-lhe-ei outra coisa. – não esqueça
de minhas afeições, de meus poucos semblantes que transmiti a ti. Grave, sele,
em tua mente. Eu sinceramente não sei como tenho tamanha força para descrever
tudo isso, parece que desabafo comigo mesmo, e ao mesmo tempo que me alivio
aumenta mais ainda a angustia. Tremenda sensação estranha. Te deixo as claras
que nada de mim a ti foi em vão, e se eu pudesse voltar ao passado faria tudo
da mesma demasiada forma, só para voltar a ter a sensação de sentir tudo isso
com sua ilustríssima pessoa. Eu daria um punhado de coisas em troca de uns
poucos instantes de dialogo ao teu lado. Devo confessar que apesar de tamanha a
sua indelicadeza eu aprendi boas coisas ao teu lado. Ser paciente, flexível, e
melódica. Aprende a amar-te apesar de todos os obstáculos, aprendi que por mais
que exista outra pessoas sempre apontava-me a você. Sei que amei, amo. Antes de
seu adeus você disse: “seja feliz”. E como serei feliz se hoje vejo que você
era grande parte de minha felicidade? Se boa parte de minha felicidade virou as
costas a mim, como seguirei em frente? Sinto que não dá(não dá). Eu gostaria
que pelo menos voltasse no para dar um digno “adeus”, eu gostaria de ter visto
ele face a face; tamanha covardia essa a tua não acha? Deveria ter sido homem
honesto e franco uma vez pelo menos em sua vida. Talvez se eu fosse um desses
deuses com extremos poderes eu me transportaria ai junto a ti para eu mesma dá
um “adeus” a sua ilustríssima pessoa. Sacrifique tantas coisas para viver
contigo. Fiz tantos devaneios por ti. E mais uma vez digo: fui, e sou tola por
me dedicar tanto ainda aqui. Nada me importa. Eu admirava cada um de seus
defeitos, e repugnava suas qualidades. Quero chegar ao fim dessa carocha toda
aqui, mesmo sabendo que não tem fim. Espero que a luz esteja no teu caminho; as
vezes tenho a sensação de que tu esta a voltar para me explicar toda essa
estranha situação que prendemos. Acho inútil aquela frase “não viverei sem
você” portanto.. não queria você de fato aqui, nem seus beijos, apenas seu abraço; um daqueles
abraços dignos de “adeus”.
(Ilana Odorico)
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