domingo, 13 de janeiro de 2013

Movie


É sempre assim não é!? A principio se conhecem por um amigo em comum, daí você troca nomes, e-mails, endereços e telefones. Então você já deixa bem claro “sou uma pessoa extremamente chata, e você não vai gostar”. Mas enfim, matem o contato, conversam por um bom tempo, desfrutam de coisas e risos juntos, trocam displicências e experiências, são cativos e viram amigos, isso tudo etapa do comprimento.

Então chega a parte do conhecer, marcam um encontro no meio dos amigos, brincam como se fossem inimigos e riem do quão foi bom a experiência de se conhecerem, e descobrem que podem ser amigos e que podem até trocar carinhos. E então concluem que aquela frase “sou uma pessoa extremamente chata, e você não vai gostar”, não é nada mais nada menos que “sou uma pessoa extremamente adorável, e você vai sempre gostar”.

E assim vem a parte do envolver. Se colocam no lugar um do outro, estão ligados um ao outro, já gostam um do outro e desejam um o outro. Isso tudo na parte do envolver.

Bom, então vamos para a parte do perecer. Iram marcar um segundo encontro, dessa vez em um lugar qualquer quem sabe no cinema ou no café.  Mas sem outros amigos por perto e com os corações bem mais abertos. Chegamos então na etapa final, em que os dois ficaram sozinhos. Sozinhos, mas rodeados de um bocado de gente, quem sabe na mesa do café ou no sofá do cinema, naquela altura do campeonato o lugar já não importa, o café não importa, o filme não importa. Nada mais importa.

Os olhos já estão fitados, os narizes roçados, e lábios encaixados. A única coisa que resta é deixar o momento os levar, a pouca luz se pagar e as mãos se envolver. E por um estalar de segundos o coração vai parar de bater, e depois vai correr, a mão vai soar, os braços arrepiar, e as pernas tremer. E então você não vai ter pra onde fugir, e só vai ter que reagir. E vão se envolver, durante o beijo tudo vai perecer, passaram mil borboletas no céu, no chão, estomago e coração. Abriram seus olhos com ternura, acariciarão seus rostos com os olhos ainda fitados e testas grudadas, e sentirão a respiração  que já não se sabe de quem é ou não, e com os olhos se perguntarão “onde vamos nos esconde?”

Porque as pessoas vão se levantar, e nos olhar, o café esfriar e o filme acabar.

(Ilana Odorico)

sábado, 12 de maio de 2012

Meu dom...



Você tem o dom... O dom de me encantar, de me envolver, de me aporrinhar, me estressar, e até de me esquecer. Já se tornou bem normal eu me sentir assim, insegura e com um aperto sem fim dentro de mim.
Eu sinceramente não entendo como e de que forma você consegue unir tanto os dois lados da moeda, como você consegue fazer com que eu me sinta no inicio do paraíso e na beira do abismo ao mesmo tempo, como consegue reunir todas as qualidades e todos os defeitos, como consegue ser o mais encantador e o mais ofensor.
É um dom, só pode ser um dom...Você me traz o amor e o ódio, a alegria e a tristeza, a tempestade e a calmaria, você tem o orgulho e o reconhecimento, a esnobe e a modéstia, o simples e o sofisticado, a mentira e a verdade.
Eu queria saber se é sempre assim, se foi, e se será sempre assim... Você vem, faz seus estragos, derrama suas coisas faz lambança e depois vai vim com meia duzia de palavras e vai tentar limpar a sujeira como se ali só tivesse sido jogado água, se esquecendo de que sentimentos bons e ruins são como azeite não se misturam mais juntos um com o outro fazem uma bagunça danada.
Já não consigo ser a mesma de antes com você, não que hoje não seja eu, mas você me faz ser além do que sou, do que fui, Com você tudo é mais, ou nada é menos. Eu amo mais, eu sofro mais, eu riu mais, eu choro mais, eu penso mais, eu falo mais, eu faço mais, eu quero mais.
E no entanto eu faço menos, eu penso menos, eu crio menos, eu vejo menos, eu tento menos, eu ofereço menos, eu tenho menos.
De uma forma muito louca você é tudo o que eu quero, e nada do que eu tenho, você é minha fonte de inspiração, mas ao mesmo tempo faz a fonte esvaziar.
Você é doce é amargo, é mel é fel, é amigo é inimigo, é homem é menino, é companheiro é traiçoeiro, é serio é brincalhão, é parceiro é amante, é perto é distante, é inverno é primavera, é oásis é constante.
É, realmente você é um dom... É seu, é meu, é meu amor, é vise e versa, é os dois lados da moeda sem trégua.

(Ilana Odorico)

Tão possível...



É possível sentir falta daquilo que nunca tivemos, daquilo que nunca possuímos em mão, daquilo que nunca tocamos, ou ao menos apareceu em nossa frente?
É possível amar cada gesto, cada semelhança, cada semblante, cada aparência mutua, cada suspiro ofegante, cada gosto esotérico, cada mania maluca, cada sorriso sem graça, cada lagrima derramada, cada presente enviado, cada carta escrita, cada borrão feito, cada fragrância exalada, cada medida perdida, cada sobre posição vestida, cada parte despida, cada verso citado, cada musica cantada, cada dia vivido, cada alegria compartilhada, cada problema enfrentado, cada quilometro passado, cada fio desconectado, cada duvida sentida, cada certeza bem dita, cada jura prometida,  cada erro mal feito, cada noite não vivida, cada sonho no meio da noite, cada acerto concretizado. Cada eu te amo declamado...
É possível ter a certeza de que tudo aquilo que "não é seu" se faz tão seu, mesmo sem precisar de testemunhas ou de documentos autenticados em cartório?
É possível ter a certeza que tudo aquilo que você não viveu, é simplesmente tudo aquilo que você mais mereceu?
É possível viver, vivendo o que chamam de impossível, buscando o possível, de algo que posso até ser impossível, que sempre se fez tão possível, por você ser sempre tão impossível?
Sim. Sinto em lhe, me dizer que é possível. E o que torna justamente tudo isso mais cruel é tudo ser possível.

(Ilana Odorico)

Biga...


Dessa vez resolvi escrever aqui pra você... É exatamente isso, pra você. E a medida que você ler aqui você vai saber que é pra você.
Eu não costumo mencionar nomes por aqui, no máximo características, e nem sempre sou apegada a todas as características também, mas posso dizer que você é biga, biga muita coisa, e talvez só eu e você entenda o significado de ser uma pessoa biga não é!?
Enfim, vou logo adiantando que talvez não sai muita coisa que preste daqui não ok? Não é nada fácil escrever para alguém, ou no caso de alguém depois de 2h da manhã, com muita chuva sobre o teto, pulso doendo, e a miopia me atacando como sempre.
Mas ok vamos lá, serei breve, serei firme. Não sei como começou essa nossa conexão... Aliais, sei. A principio foi um combo de raiva mais inveja que eu tive de você, por você ter ganhado os livros que eu tanto queria do artista que eu mais ouvia. Um tremendo sortudo você, uma tremenda boba eu! Dentre milhares de pessoas em um sorteio você é o contemplado, e dentre milhões, zilhões de pessoas na terra justo eu fui inventar de encher tua paciência por puro despeito em você ter ganhado o meu combo.
Então com o tempo eu fui tratando de te aporrinhar, e infiltrar-me a saber que você era. Mal eu imaginaria o quanto de bom eu receberia dali em diante de você por eu ter tido um combo por você.
Desde então de você eu só recebo elogios, admiração, incentivo e palavras amigas de alguém que as vezes quase nada sabe sobre mim, mais que no entanto parece acreditar em mim mais do que eu mesma. Estranho isso não é?
E o que torne mais estranho é que nem sempre eu soube, e saberei retribuir tamanhas coisas boas a altura, nem  sei se sou a altura de tanto apreço como recebo.
A verdade é que tu me cativas... De uma forma bem diferente mas me cativas. Você quase sempre se faz presente, mesmo com minha ausência, por mais que eu, o mundo, ou os outros esteja desconectado você de uma forma ou de outra parece estar sempre conectado, ao mundo, aos outros, as vezes a mim, ou aos rastros com poucos detalhes que eu insisto em deixar por ai.
Você sempre parece estar com o olho clinico e sensível as coisas boas da vida, fotos, textos, musicas, livros, noticias, risos.
E em pensar que no inicio eu pensei que isso pudesse ser uma cisma, ou ate mesmo uma sina. Mas hoje em dia percebo que não é cisma, nem sina. Apenas atitudes de quem é de bem com a vida, de quem gosta da vida, das pessoas que nos aparecem no decorrer da vida, de quem aprecia a vida, e tudo que a vida nos traz... Percebi que são atitudes de quem é bigato, de quem é biga, de quem é Juliano.

(Ilana Odorico)

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Mais ou menos?


Agente pode dormir em uma cama mais ou menos, ter uma noite mais ou menos, acordar em um dia mais ou menos, vestir uma roupa mais ou menos, se servir de um café mais ou menos, ir em um lugar mais ou menos, ter um carro mais ou menos, morar em um bairro mais ou menos, ter uma casa mais ou menos, uma vizinhança mais ou menos, você pode ate olhar em volta e vê que a cidade é mais ou menos, que o governo anda mais ou menos, que a politica anda mais ou menos, que democracia anda mais ou menos, que verdade anda mais ou menos, que teu sapato anda mais ou menos, que as unhas anda mais ou menos, que o cabelo anda mais ou menos, que o celular é mais ou menos, que a grana anda mais ou menos, a escola mais ou menos, e o emprego mais ou menos, que tudo anda mais ou menos.

Vai passar um tempo, você vai parar, pensar, olhar, refletir e olhar.

E anda tudo do mesmo jeito, tardes mais ou menos, o humor mais ou menos, os amores mais ou menos, os dias e semanas mais ou menos, o almoço foi mais ou menos, o lanche da tarde mais ou menos, a maquiagem saiu mais ou menos, a noite de sábado mais ou menos, a letra mais ou menos, a prova mais ou menos, a nota mais ou menos, o seminário mais ou menos, as mensagens mais ou menos,o jogo mais ou menos, as ligações mais ou menos, acreditar no futuro ta mais ou menos,  andar pela noite mais ou menos, um dia de sol mais ou menos, o fim de domingo mais ou menos. Tudo parece ser mais ou menos.
Então dessa vez você faz diferente. Olha, reflete, pensa e para.

E então para pra vê que não é as coisas que anda mais ou menos, e sim você que anda menos. Que você que tava se deixando se tornar uma pessoa mais ou menos. Menos passiva consigo mesma, menos cautelosa, menos paciente, menos tranquila, menos eficaz, menos disposta, menos solta, menos viva. E se importando demais com o menos, com o que é menos, com o que te traz menos. Menos alegria, menos satisfação, menos vontade de sair, de sorrir ate de viver. A verdade é que você anda dando valor demais com as coisas por menos, se envolvendo de menos, e se importando com pessoas de menos.
Quem sabe a solução seja ver mais, ser mais, viver mais, fazer mais, tocar mais, ouvir mais, beijar mais, sair mais, andar com pessoas que sejam mais, sonhar mais, brincar mais, escrever mais, ler mais, e ate estuda mais. Quem sabe assim, você vai se dá mais... mais prazer, mais alegrias, mais conquistas, mais objetivos, mais anseios, mais desejos, mais motivos de estar com mais, e deixar de lado o que é de menos e tudo que só traz de menos na sua vida. E se importar com você mais, que te vai te trazer bem mais.

(Ilana Odorico)

sábado, 10 de março de 2012

Tão cheio, pelo meio...



A tempos eu não tinha essa sensação... sensação de copo cheio, ou quase vazio, estranho não é? E mais uma vez eu aqui nesta cama, sem aquele corpo que me acompanha de cotidiano em todas as madrugadas, corpo quente, corpo nulo, corpo que agora não vem ao caso.

A tempos eu não tinha essa sensação... cama vazia, reflexo da própria sombra, lanterna ligada, caneta inclinada, pálpebras cansadas, suor gelado, vento quente, vento barulhento, janela aberta, lua cheia ou seria vazia? Marcas na cama, unhas descascadas, roupas despidas, lençóis cobrindo, sono indo, sono vindo, radio ligada, livros antigos, musicas novas, calos nos dedos, mãos ásperas e cansadas, cabelo bagunçado, maquiagem borrada.

Pausa pensativa... olhar o quarto, verificar a pouca luz, barulhos dos carros, dos roncos, dos grilos, do sereno, da noite. Reler o que o já fiz, pensar no que vou fazer, escrever o que vou pensar. Pronto! Já escrevi. Vamos lá novamente!?

Deitada, debruçada, porta trancada, coração entre aberto, um pouco machucado, com o descaso, daquele caso, que novamente não vem ao caso. Ciúmes do descaso, raiva do cansaço, de não ter dado um passo, chega de rimas, daqui a pouco o sol brilha.
E eu vou estar aqui no mesmo lugar novamente, e sem falar que na verdade à tempos eu não sentia mesmo era a sensação de sentir a tamanha falta que você me faz, não só nessa cama vazia, mais também nesse meu coração cheio, ou quase cheio, e que sempre esteve pelo meio, no meio desse teu coração que é sempre tão inteiro, e cheio. Cheio do meu que é sempre assim.. pelo meio.

(Ilana Odorico)

terça-feira, 6 de março de 2012

Coração seletivo..


Eu sempre fiz questão de ter o coração bem seletivo com certas expressões como: eu te amo, você é o amor da minha vida, e amor eterno.
Mas devo confessar, mais uma vez as coisas, pensamentos e conceitos entraram em contradição dentro do meu coração. E pra variar você fez isso, involuntariamente querendo que tudo seja diferente você fez isso. E é com você que consigo colocar em pratica da forma mais inusitada tudo o que eu sempre sonhei, mas também consigo colocar em pratica tudo aquilo que eu nunca nem desejei.

Metade disso é culpa minha, é aquele velha expressão “morrerá pela sua própria boca”, mais a outra metade é culpa do destino de ser tão curioso e ficar ouvindo as minhas loucuras que insisto em falar em voz alta.
A verdade é que por mais que eu tenha sido tão seletiva esse tempo todo com um eu te amo, por mais que eu achasse que isso seria algo forte demais para ser dito a alguém, hoje em dia o eu te amo é pequeno comparado ao tamanho do meu amor que tenho por você, já se tornou apenas detalhe, no meio da festa que tenho armada aqui dentro do meu coração.

Por mais que eu nunca tenha gostado de falar em alto e bom tom: você é o amor da minha vida; por achar que seria um fardo pesado demais tanto para dar, como para receber. Ainda sim hoje em dia eu não digo, mais eu sinto. Apenas sinto. E sinto da forma mais leve que um coração poderia sentir, da forma mais cheia de certeza que um ser humano e capaz de sentir.
E o tal do amor eterno!? Esse é o mais traiçoeiro, todo mundo pensa que esta sempre sentindo. A verdade é que esse sim é uma armadilha. Mas hoje em dia vejo que amor eterno não é apenas aquele que você esta disposto a estar ao lado todos os dias da sua vida, não é aquele que você convive lado a lado os dias e noites, não é aquele que você jura se casar e viverem ate velinhos os fins de suas vidas.

Acho que o eterno, é justamente aquele que por mais que você não possa estar ao lado todos os dias, por mais que você não possa desfrutas das tempestades e calmarias, por mais que não o veja sempre, ainda sim você sente que diria todos os eu te amo do mundo, e de que não só o ama, mas que também é o amor da sua vida, e você faria da sua vida a vida dele, abriria mão de conceitos, moveria céus e terras, só pra sabe e ter a certeza de que a pessoa que você ama se sente bem e feliz. Acho que isso sim seria o amor eterno. Eterno por buscar o bem estar, por buscar se eternizar mesmo com qualquer obstáculo; eterno por sentir que é verdadeiro e acho que isso não a coração seletivo nesse mundo que impeça de alguém sentir.

(Ilana Odorico)

Ponto de partida..


Voltamos ao ponto de partida; ao nosso ponto de partida. Conversamos, nos lamentamos, rimos, e choramos. E por mais uma vez nos despedimos, viramos as costas um pro outro e tentaremos seguir novamente nossos caminhos separados, tentando não olhar pra traz e não fixar o olhar no passado e em tudo que já vivemos, tentando não se magoar com o que nunca convivemos.
Talvez seja como das outras vezes, daremos uns dois, três passos e veremos que é um erro seguirmos separados, mas também pode ser que dessa vez seja diferente, pode ser que andemos por muitos quilômetros sem estamos juntos um do outro, e quem sabe nessa caminhada acabe nos desapegando de tudo, ou então nos apegaremos novamente a nada.

Sei lá... Acho que agente já anda meio cansados de trilhar um caminho que talvez ainda não seja o nosso, cansados de tropeçar nas coisas que nunca tivemos, de atropelar as coisas que já temos, de falar as mesmas coisas e fazer as mesmas juras e ainda não vermos nenhum resultado.
Errados, talvez nos dois sejamos... Afinal, somos parcelas de uma mesma conta. Aliais, somos uma matemática perfeita, estamos sempre somando o pouco que obtivemos, subtraindo o muito que a vida nos deu, multiplicando o que vínhamos construindo, mas no entanto no final sempre dividimos tudo, e acaba que cada um fica com o amor, a dor, a saudade, a magoa, o carinho, a tristeza, as lembranças, e a esperança.

Esperança de voltarmos atrás com todos os passos que já demos longe um do outro. Esperança de retomarmos nossas vidas juntos retirando qualquer pedra do caminho. Esperança de olharmos pra trás e ainda conseguir enxergarmos um ao outro no meio da estrada se esperando sorrindo e arrependidos de mais uma vez ter caído no erro de seguir esse tal ponto de partida. Esperança de enfim voltarmos atrás e apagar todos os erros feitos, e seguir em frente “juntos” sendo dois em um só, um do outro. Sempre!

(Ilana Odorico)

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

sinais de fumaça...




Ta ok, vou fazer dessa vez como me pediu, passarei os próximos dias, meses, anos ou tempo indeterminado sem falar, sem ligar, sem cartas, sem noticias, sem carinhos ou palavras doces, ficarei aqui quieta no meu canto sem atrapalhar tuas idéias e pensamentos que já estão ai mais que embaralhados. Vou fazer exatamente como você pediu mesmo sendo contra essa minha imensa vontade que já se tornou uma necessidade de estar-me ligada a você a todas as horas do dia.
Creio que para qualquer pessoa a que eu viesse falar e expressar tudo o que já te falei e fiz, só trariam motivos de segurança e paz. Mas com você é diferente, é tudo ao contrario; parece que tudo isso só te enche mais ainda de duvidas, tristeza e incertezas.
Então acho que vou aproveitar que vou dar esse tempo a você, e vou me ceder um tempo também. Talvez seja bom para eu colocar minhas idéias no lugar e os sentimentos no coração, vou aproveitar pra averiguar se esse amor todo que tenho por você te faz bem, me faz bem, nos faz bem.
Vou ver se isso não é só mais um dos meus caprichos, se não é só mais uma daquelas sinas de uma pessoa boba e apaixonada por algo que ainda não se pode ter, vou ver também se com esse tempo você faz o que me prometeu: ser feliz, permitir que outros te façam feliz. Você disse que iria tentar esquecer-me, não completamente.. Mas de forma que não te trouxesse mais tanta duvida tanta dor, tanta tristeza. Você prometeu também que jamais me deixaria sem noticias suas, portanto te peço uma coisa.. Que depois desse tempo, depois de você ter ficado ai no seu canto sozinho também, depois de ter tentado ser feliz mesmo que com outras pessoas, depois de toda essa tempestade, toda essa ventania, espero que me comunique que me avise mesmo que seja por sinais de fumaça, pois eu irei ai ate você te oferecer a calmaria e devolver todas as suas alegrias.

(Ilana Odorico)

Lembranças coloridas...



Eu preciso parar de olhar para algumas coisas, para que a partir daí eu comece a enxergá-las de verdade, como elas são. Eu preciso separar meus sentimentos como quem separa roupas limpas das sujas ou as roupas brancas das coloridas. Eu não quero mais passar por isso novamente deixar que as coisas sujas  se misturem com as coisas limpas, não quero mais fazer lambanças com a minha vida, nem com a dos outros, quero voltar a ver as coisas como elas realmente sempre foram sem colocar meus desejos e devaneios na frente de tudo, quero ver as coisas como deveriam sempre ser.. Sem tanto sentimento. A verdade é que não era pra eu ter vestido todas as roupas, nem ter usado todos os sentimentos, muito menos sujado tantas roupas, tantos sentimentos. Eu devia ter sido mais cautelosa com os outros, com a vida, com as coisas.. Comigo mesma. E não ter misturado o “querer” com o “poder”.
Sinceramente hoje em dia não me arrependo, mas se talvez eu tivesse prestado mais atenção, hoje eu não estaria aqui de braços atados por ter misturado aquelas lembranças que são boas, com as que nem foram vividas, em ter misturado o meu grande querer, com a sua paz escondida, a minha tal vontade de viver, com os seus dias cheios de vida, em ter misturado tanto as roupas brancas das coloridas.

(Ilana Odorico)