sábado, 12 de maio de 2012

Tão possível...



É possível sentir falta daquilo que nunca tivemos, daquilo que nunca possuímos em mão, daquilo que nunca tocamos, ou ao menos apareceu em nossa frente?
É possível amar cada gesto, cada semelhança, cada semblante, cada aparência mutua, cada suspiro ofegante, cada gosto esotérico, cada mania maluca, cada sorriso sem graça, cada lagrima derramada, cada presente enviado, cada carta escrita, cada borrão feito, cada fragrância exalada, cada medida perdida, cada sobre posição vestida, cada parte despida, cada verso citado, cada musica cantada, cada dia vivido, cada alegria compartilhada, cada problema enfrentado, cada quilometro passado, cada fio desconectado, cada duvida sentida, cada certeza bem dita, cada jura prometida,  cada erro mal feito, cada noite não vivida, cada sonho no meio da noite, cada acerto concretizado. Cada eu te amo declamado...
É possível ter a certeza de que tudo aquilo que "não é seu" se faz tão seu, mesmo sem precisar de testemunhas ou de documentos autenticados em cartório?
É possível ter a certeza que tudo aquilo que você não viveu, é simplesmente tudo aquilo que você mais mereceu?
É possível viver, vivendo o que chamam de impossível, buscando o possível, de algo que posso até ser impossível, que sempre se fez tão possível, por você ser sempre tão impossível?
Sim. Sinto em lhe, me dizer que é possível. E o que torna justamente tudo isso mais cruel é tudo ser possível.

(Ilana Odorico)

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