segunda-feira, 14 de março de 2011

A ver navios




Lembra daquela vez em que nossos conceitos entraram em atritos, e eu me encaixei perfeitamente na expressão  “a ver navios”!? Lembro-me que no mesmo dia você me prometeu nunca mais deixar-me naquele estado sem fim. E o que hoje você fez!? Deixou que isso se repetisse mais uma vez, mais desta vez eu não vi só os navios, vi também toda a imensidão do mar a minha a frente. Passou um turbilhão de coisas na minha cabeça, eu não sabia se tirava o pé de dentro d’água, ou o deixava mergulhar de vez. As idéias passavam como vultos imprecisos.

O fato não foi você ter deixado eu ter dado as costas, e sim você não estar ali ao meu lado de mãos postas. Chegou a hora da minha partida, por varias vezes inclinei meus olhos sobre os ombros para ter a certeza se realmente você não viria atrás. Mais nada... Nada de sua imagem, nada aparecia. Me fluiu os momentos mais esperançosos e angustiosos que me podia surgir. Enfim novamente a hora da minha real partida, e avistei de longe a tua imagem naquela calmaria, mais meus pés só se puseram a prosseguir em frente, e sem você.

Lembro-me que um tempo após você veio e me perguntou por que eu não havia te esperado, se eu não havia te avistado. E eu disse que não te esperei pois tu me deixaste sozinha no momento em que mais te precisei, e talvez ate te avistei mas breve, talvez porque você deixou meus olhos rasos d’água, e embaçado foi apenas o que te avistei.  

(Ilana Odorico)

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