sábado, 23 de abril de 2011

estado tranquilo



 E esses últimos dias me pareceram bem tranqüilos. O movimento dos carros nas ruas era bem amenos , sem aquele barulho do cotidiano, as sirenes, buzinas, portas abrindo, portas fechando. Deu pra ouvir nitidamente daqui de minha casa o sino e suas badaladas, os sussurros dos poucos que ficaram aqui na urbanização, risos ao fundo vindo de um eco profundo, as folhas caiam em sincronia fazendo uma melodia bem mais agradável do que de costume que sempre é tão embaralhada com todos aqueles ritmos do dia-a-dia, e o som do vento foi o que de mais melódico me encantou. 
     Saboreei dos melhores pratos, bebi das mais doces e amargas bebidas, senti dos mais excêntricos aromas, produzi o melhor dos néctar, dancei conforme a cada musica, testei meu pratos entocados nas folhas de cadernos, fiz catástrofes no forno, e dádivas na panela, joguei as piadas sem graça ao vento, re-vi pessoas que nunca tinha visto de fato pessoalmente, estiquei o que não deu pra terminar de esticar, solei o que não deveria solar, aprimorei o que eu achava que já me era bem mais que aprimorado, surtei com o que já me era complexo, senti falta do que nunca me veio, quis que fosse embora o que era pra estar sempre perto, prometi o que não cumpri, cumpri o que não prometi. Me foram  dias de guerra e paz, luta e muita desordem diante de tanta ordem. E repito: muita desordem. Mas sinto-me mais calma, sinto que desfrutei da melhor forma possível, e com as pessoas mais imprevisíveis. E mesmo sabendo que ainda não acabou esses últimos dias, sinto que estou em um estado mais que tranqüila.  

(Ilana Odorico)

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