E esses últimos dias me pareceram bem tranqüilos. O movimento
dos carros nas ruas era bem amenos , sem aquele barulho do cotidiano, as
sirenes, buzinas, portas abrindo, portas fechando. Deu pra ouvir nitidamente
daqui de minha casa o sino e suas badaladas, os sussurros dos poucos que
ficaram aqui na urbanização, risos ao fundo vindo de um eco profundo, as folhas
caiam em sincronia fazendo uma melodia bem mais agradável do que de costume que
sempre é tão embaralhada com todos aqueles ritmos do dia-a-dia, e o som do
vento foi o que de mais melódico me encantou.
Saboreei dos melhores pratos,
bebi das mais doces e amargas bebidas, senti dos mais excêntricos aromas, produzi o melhor
dos néctar, dancei conforme a cada musica, testei meu pratos entocados nas
folhas de cadernos, fiz catástrofes no forno, e dádivas na panela, joguei as
piadas sem graça ao vento, re-vi pessoas que nunca tinha visto de fato
pessoalmente, estiquei o que não deu pra terminar de esticar, solei o que não
deveria solar, aprimorei o que eu achava que já me era bem mais que aprimorado,
surtei com o que já me era complexo, senti falta do que nunca me veio, quis que
fosse embora o que era pra estar sempre perto, prometi o que não cumpri, cumpri
o que não prometi. Me foram dias de
guerra e paz, luta e muita desordem diante de tanta ordem. E repito: muita
desordem. Mas sinto-me mais calma, sinto que desfrutei da melhor forma possível,
e com as pessoas mais imprevisíveis. E mesmo sabendo que ainda não acabou esses
últimos dias, sinto que estou em um estado mais que tranqüila.
(Ilana Odorico)
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