sexta-feira, 28 de outubro de 2011

beija-flor

Devo confessar que nunca acreditei muito nessas teorias de que tudo que é seu volta, mas hoje não posso mais desacreditar, essa tua volta repentina me fez ver que ter te deixado um pouco livre fez bem, talvez a mim e a você.
Me fascina esse teu instinto de beija-flor. Lindo, leve e solto. Pousa na rosa mais quando chega alguém pra te admirar você sempre  foge; foge como um ser cheio de medo, e no entanto depois volta, mais lindo, mais leve e solto. De asas abertas cheio de sede da beleza da rosa e disposto a deixar que te toque; mas no entanto nunca te entregas por inteiro, se camufla nas rosas com teus tons semelhantes, será que é tão difícil deixar se envolver pelos sentimentos que te ofereço? Pela cumplicidade que tenho por ti, pelo amor que tenho em mim?
Vou te contar que senti sua falta; falta do teu cheiro, do teu sorriso, das tuas palavras e ate de suas promessas, mas ironicamente senti falta das tuas asas cheias de medo, daqueles rastros que tu sempre deixaste, das rosas estraçalhadas e ate mesmo do teu jeito livre de ser e de me deixar. 


(Ilana Odorico)

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