sábado, 10 de março de 2012

Tão cheio, pelo meio...



A tempos eu não tinha essa sensação... sensação de copo cheio, ou quase vazio, estranho não é? E mais uma vez eu aqui nesta cama, sem aquele corpo que me acompanha de cotidiano em todas as madrugadas, corpo quente, corpo nulo, corpo que agora não vem ao caso.

A tempos eu não tinha essa sensação... cama vazia, reflexo da própria sombra, lanterna ligada, caneta inclinada, pálpebras cansadas, suor gelado, vento quente, vento barulhento, janela aberta, lua cheia ou seria vazia? Marcas na cama, unhas descascadas, roupas despidas, lençóis cobrindo, sono indo, sono vindo, radio ligada, livros antigos, musicas novas, calos nos dedos, mãos ásperas e cansadas, cabelo bagunçado, maquiagem borrada.

Pausa pensativa... olhar o quarto, verificar a pouca luz, barulhos dos carros, dos roncos, dos grilos, do sereno, da noite. Reler o que o já fiz, pensar no que vou fazer, escrever o que vou pensar. Pronto! Já escrevi. Vamos lá novamente!?

Deitada, debruçada, porta trancada, coração entre aberto, um pouco machucado, com o descaso, daquele caso, que novamente não vem ao caso. Ciúmes do descaso, raiva do cansaço, de não ter dado um passo, chega de rimas, daqui a pouco o sol brilha.
E eu vou estar aqui no mesmo lugar novamente, e sem falar que na verdade à tempos eu não sentia mesmo era a sensação de sentir a tamanha falta que você me faz, não só nessa cama vazia, mais também nesse meu coração cheio, ou quase cheio, e que sempre esteve pelo meio, no meio desse teu coração que é sempre tão inteiro, e cheio. Cheio do meu que é sempre assim.. pelo meio.

(Ilana Odorico)

Um comentário:

  1. te mandei convite mas tu nao me add no face.... é o juliano...emdinheirosavai..me add o novo face lá.... rardi uar ( rardi "espaço" uar) add lá

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